jul | 2022 por Edon
Sempre me chama atenção o deserto das bibliotecas.
O desprezo a que são entregues.
Um tesouro despercebido, ainda que denunciado sob um sol a pino.
Quantos labirintos esconde onde ninguém se fará perdido?
Paisagens sem fim de lugares encerrados no prédio público?
E quantas almas inventadas se aplacam na poeira dos volumes?
O que resta é uma vertigem de quem também se apaga
Como alguém que soubesse de algo a que nada interessa
Como uma doença, uma figura patética, uma exótica presença
Cuja sombra se arrasta cheia de memórias e fantasias…
Buscando o corpo de uma palavra derradeira
Espalhada com a força de uma fera
© 2022 por Edon