E D O N

O tempo que o tempo tem... poh!...

O padrão em eventos repetitivos se revela cíclico independente da variedade temporal com que a repetição se estabelece, pois seu período pode ser tanto regular, irregular, quanto aleatório. O que significa que o aspecto cíclico de qualquer movimento ou processo não é efeito causal eficiente do tempo, mas do modo como se sincroniza a força de seus componentes.

 

Os parâmetros rítmicos de uma canção dependem da articulação com que as notas sonoras se emitem, considerando o silêncio o grau intensivo de seus intervalos de tempo. O que justifica o silêncio, simbolicamente, nos sugerir emoções agudas de angústia, quando a consciência arde, fustiga, aprofunda um sentido ao tempo, que, imediatamente, se expressa ecoado seja em grito de medo seja em canto pacífico. O padrão que se harmoniza ou fere os ouvidos apresenta o sentido que projetamos a partir do tempo, mas não por sua razão.

 

O tempo é a potência pela qual se mobiliza a matéria, mas sua intensidade só se percebe, medindo o quanto de si se converte na extensividade da interação material, que define os limites de um evento. Tais limites figuram uma totalidade que desenha no espaço o próprio espaço, no espaço em que ele é cada forma singular que, vibrada de cordas dimensionais, pouco a pouco se particulariza como uma parte relativa que se move.

 

A relatividade das partes transforma as formas de tal modo que a forma não é uma extensão linear, mas uma vibração pontual, que lhe faculta a transcendência de sua condição a partir de sua origem singular, como um espaço que se espacializa com o tempo em graus de potência cada vez mais extensos de partes que delineiam cada vez com mais limites sua totalidade.

 

O padrão, portanto, é a figura que se reconhece em sua imediata sincronia de que o reconhecimento é parte consciente de sua angústia, como aquilo que é ora chama ora estrela, segundo a consciência se determina através de suas intuições, de seus conhecimentos, nos quais percebe, nesta lógica, a natureza.

 

Neste sentido, a evidência presente na vivência cotidiana é a fonte primária e máxima de que se cria a totalidade de toda arte, filosofia e ciência, cujo desenvolvimento se origina do ponto singular da sincronicidade cósmica em que a consciência se transforma.

 

Obs.: a figura apresenta um ciclo, que transfigura sua totalidade do gênero à espécie e da espécie ao gênero, ou seja, das generalidades às especificidades nas variedades de suas formas, destas variedades específicas à totalidade de um novo gênero.

Inscreva-se